quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Homem Sem Sentido

Conheci este ano aquele que parece ler meus pensamentos. Certo, certo, um pouco mais prolixo, mas muito semelhante ao que penso de fato.
Jean-Paul Sartre.
Aquele, do Existencialismo. Aquele do "Ser e O Nada". Aquele...
Você não o conhece? 
...
É. Já tinha ouvido falar. Mas ninguém me apresentou a ele. Pelo menos ninguém que esteja próximo a mim fisicamente. Conheci Poulou através de Beauvoir. 


Estranho. Depois de seis anos na Universidade, depois de quatro anos de projetos de pesquisa, depois de tantas leituras, nunca, nenhum dos meus professores falou uma linha sequer sobre Sartre. 
E justo ele, que hoje faz com que a minha vida faça mais sentido. Esse que nunca encontrou ou não quis encontrar um sentido para a sua.


A filosofia de Sartre para mim é clara como água: o ser humano não é nada. Ele é um eterno porvir. Um constante vir-a-ser que se constrói a cada momento. Desta forma, qualquer preconceito, qualquer premissa, qualquer sentido é simplesmente inútil, porque pode ser derrubado, invalidado ou desconsiderado. 




A existência precede a essência e isso é o fundamental. Os seres humanos são livres para escolherem a sua própria existência e isso lhes acarreta uma série de responsabilidades. Desta forma, estão condenados à liberdade. A liberdade como condenação? Não seria paradoxal?


Não, não temos escolha sobre essa asserção. A liberdade é inevitável. 


Porém, o peso é grande e o trabalho é árduo. Muitos simplesmente escolhem não ter liberdade e transferem a responsabilidade de sua existência para outras pessoas. Ou para outras entidades.


Tá! Estou falando do ateísmo. Me tornei atéia, depois de passar mais de 18 anos sendo católica convicta e fervorosa, porque sentia que Deus era uma válvula de escape. E seria honesto fugir da realidade? Mistificar os fatos por não conseguir suportar sua veracidade e ferocidade? 
Não. E não costumo ser desonesta. Principalmente com o que diz respeito aos meus princípios. 


Já escrevi demais por enquanto.


Terei mais oportunidades em breve...





2010

Mais um ano sem escrever.

Será que isso vira hábito?

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