quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ele

Ele nasceu.

Simples. Sem dor. Sem nenhum incômodo. Não foi nenhum desastre. Não houve qualquer complicação. Simples.

Na primeira semana, foi difícil. Ele não dormia. Mas não me reconhecia. Era como se visse uma folha de papel em branco. Ele não me enxergava.

Gargalhava enquanto dormia, ensaiando como verá o mundo.

Não chorava. Resistia em não chorar. Reclama. Olha e reclama. Se não gosta, reclama mesmo.

Não gostava de brinquedos. Não segurava nada. Seu corpo era mole.

Mas já estava tão firme no mundo. Tão seguro. De pai e mãe.

Quando ele (ainda) acorda de madrugada, eu vejo as coisas fazerem mais sentido. Esqueço a metafísica.

Não é fácil. Mas Ter um filho é suficiente para se entender o mundo.

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